Rapunzel Adaptado do conto dos Irmãos Grimm
Era uma vez um lenhador que vivia feliz com sua esposa. Os dois estavam muito contentes porque a mulher estava grávida do primeiro filho do casal. Ao lado da casa do lenhador morava um bruxa muito egoísta. Ela nunca dava nada para ninguém. O quintal de sua casa era enorme e tinha um pomar e uma horta cheios de frutas e legumes saborosos, mas a bruxa construiu um muro bem alto cercando seu quintal, para ninguém ver o que tinha lá dentro! Na casa do lenhador havia uma janela que se abria para o lado da casa da bruxa, e sua esposa ficava horas ali olhando para os rabanetes da horta, cheia de vontade... Um dia a mulher ficou doente. Não conseguia comer nada que seu marido lhe preparava. Só pensava nos rabanetes... O lenhador ficou preocupado com a doença de sua mulher e resolveu ir buscar os rabanetes para a esposa. Esperou anoitecer, pulou o muro do quintal da bruxa e pegou um punhado deles. Os rabanetes estavam tão apetitosos que a mulher quis comer mais. O homem teve que voltar várias noites ao quintal da bruxa pois, graças aos rabanetes, a mulher estava quase curada. Uma noite, enquanto o lenhador colhia os rabanetes, a velha bruxa surgiu diante dele cercada por seus corvos. — Olhem só! — disse a velhota — Agora sabemos quem está roubando meus rabanetes! O homem tentou se explicar, mas a bruxa já sabia de tudo e exigiu em troca dos rabanetes a criança que ia nascer. O pobre lenhador ficou tão apavorado que não conseguiu dizer não para a bruxa. Pouco tempo depois, nasceu uma linda menina. O lenhador e sua mulher estavam muito felizes e cuidavam da criança com todo o carinho. Mas a bruxa veio buscar a menina. Os pais choraram e imploraram para ficar com a criança, mas não adiantou. A malvada a levou e lhe deu o nome de Rapunzel. Passaram-se os anos. Rapunzel cresceu e ficou muito linda. A bruxa penteava seus longos cabelos em duas traças, e pensava: “Rapunzel está cada vez mais bonita! Vou prendê-la numa torre da floresta, sem porta e com apenas uma janela, bem alta, para que ninguém a roube de mim, e usarei suas tranças como escada.” E assim aconteceu. Rapunzel, presa na torre, passava os dias trançando o cabelo e cantando com seus amigos passarinhos. Todas as vezes que a bruxa queria visitá-la ia até a torre e gritava: — Rapunzel! Jogue-me suas tranças! A menina jogava as tranças e a bruxa as usava para escalar a torre. Um dia passou por ali um príncipe que ouviu Rapunzel cantarolando algumas canções. Ele ficou muito curioso para saber de quem era aquela linda voz. Caminhou o redor da torre e percebeu que não tinha nenhuma entrada, e que a pessoa que cantava estava presa. O príncipe ouviu um barulho e se escondeu, mas pôde ver a velha bruxa gritando sob a janela: — Rapunzel! Jogue-me suas tranças! O príncipe, então, descobriu o segredo. Na noite seguinte foi até a torre e imitou a voz da bruxa: — Rapunzel! Jogue-me suas tranças! Rapunzel obedeceu ao chamado, mas assustou-se ao ver o príncipe entrar pela janela. — Oh! Quem é você? — perguntou Rapunzel. O príncipe contou o que acontecera e declarou seu amor por Rapunzel. Ela aceitou se encontrar com ele, mas pediu que os encontros fossem às escondidas, pois a bruxa era muito ciumenta. Os dois passaram a se ver todos os dias, até que Rapunzel, muito distraída, disse um dia para a bruxa: — Puxa, a senhora é bem mais pesada que o príncipe! A bruxa descobriu os encontros da menina com o príncipe e cortou suas tranças. Chamou seus corvos e ordenou que levassem Rapunzel para o deserto para que ela vivesse sozinha. O príncipe, que não sabia de nada, foi visitar Rapunzel. A bruxa segurou as tranças da menina e as jogou para baixo. Quando ele chegou na janela, a bruxa o recebeu com uma risada macabra e largou as tranças. Ele despencou, caindo sobre uma roseira. Os espinhos furaram seus olhos, e ele ficou cego. Mesmo assim, o príncipe foi procurar sua amada Rapunzel, tateando e gritando seu nome. Andou por dias, até chegar ao deserto. Rapunzel ouviu o príncipe chamar por ela e correu ao seu encontro. Quando descobriu que o príncipe estava cego começou a chorar. Duas lágrimas caíram dentro dos olhos do rapaz e ele voltou a enxergar! Assim, os dois jovens foram para o palácio do príncipe, se casaram e viveram felizes. Os pais de Rapunzel foram morar no palácio e a bruxa egoísta ficou com tanta raiva que se trancou na torre e nunca mais saiu de lá.
A Bela e a Fera Adaptado dos contos dos irmãos Grimm
Há muitos anos, em uma terra distante, viviam um mercadores e suas três filhas. A mais jovem era a mais linda e carinhosa, por isso era chamada de "BELA". Um dia, o pai teve de viajar para longe a negócios. Reuniram as suas filhas e disse:
— Não ficarei fora por muito tempo. Quando voltar trará presentes. O que vocês querem? - As irmãs de Bela pediram presentes caros, enquanto ela permanecia quieta.
O pai se voltou para ela, dizendo:
— E você, Bela, o que quer ganhar?
— Quero uma rosa, querido pai, porque neste país elas não crescem, respondeu Bela, abraçando-o forte.
O homem partiu, conclui os seus negócios, pôs-se na estrada para a volta. Tanta era a vontade de abraçar as filhas, que viajou por muito tempo sem descansar. Estava muito cansado e faminto, quando, a pouca distância de casa, foi surpreendido, em uma mata, por furiosa tempestade, que lhe fez perder o caminho. Desesperado, começou a vagar em busca de uma pousada, quando, de repente, descobriu ao longe uma luz fraca. Com as forças que lhe restavam dirigiu-se para aquela última esperança. Chegou a um magnífico palácio, o qual tinha o portão aberto e acolhedor. Bateu várias vezes, mas sem resposta. Então, decidiu entrar para esquentar-se e esperar os donos da casa. Ointerior, realmente, era suntuoso, ricamente iluminado e mobiliado de maneira esquisita. O velho mercador ficou defronte da lareira para enxugar-se e percebeu que havia uma mesa para uma pessoa, com comida quente e vinho delicioso. Extenuado, sentou-se e começou a devorar tudo. Atraído depois pela luz que saía de um quarto vizinho, foi para lá, encontrou uma grande sala com uma cama acolhedora, onde o homem se esticou, adormecendo logo. De manhã, acordando, encontrou vestimentas limpas e uma refeição muito farta. Repousado e satisfeito, o pai de Bela saiu do palácio, perguntando-se espantado por que não havia encontrado nenhuma pessoa. Perto do portão viu uma roseira com lindíssimas rosas e se lembrou da promessa feita a Bela. Parou e colheu a mais perfumada flor. Ouviu, então, atrás de si um rugido pavoroso e, voltando-se, viu um ser monstruoso que disse:
— É assim que pagas a minha hospitalidade, roubando as minhas rosas? Para castigar-te, sou obrigado a matar-te!
O mercador jogou-se de joelhos, suplicando-lhe para ao menos deixá-lo ir abraçar pela última vez as filhas. A fera lhe propôs, então, uma troca: dentro de uma semana devia voltar ou ele ou uma de suas filhas em seu lugar. Apavorado e infeliz, o homem retornou para casa, jogando-se aos pés das filhas e perguntando-lhes o que devia fazer. Bela aproximou-se dele e lhe disse:
— Foi por minha causa que incorreste na ira do monstro. É justo que eu vá...
De nada valeram os protestos do pai, Bela estava decidida. Passados os sete dias, partiu para o misterioso destino.
Chegada à morada do monstro, encontrou tudo como lhe havia descrito o pai e também não conseguiu encontrar alma viva. Pôs-se então a visitar o palácio e, qual não foi a sua surpresa, quando, chegando a uma extraordinária porta, leu ali a inscrição com caracteres dourados: "Apartamento de Bela". Entrou e se encontrou em uma grande ala do palácio, luminosa e esplêndida. Das janelas tinha uma encantadora vista do jardim. Na hora do almoço, sentiu bater e se aproximou temerosa da porta. Abriu-a com cautela e se encontrou ante de Fera. Amedrontada, retornou e fugiu através das salas. Alcançada à última, percebeu que fora seguida pelo monstro. Sentiu-se perdida e já ia implorar piedade ao terrível ser, quando este, com um grunhido gentil e suplicante lhe disse:
— Sei que tenho um aspecto horrível e me desculpo; mas não sou mau e espero que a minha companhia, um dia, possa ser-te agradável. Para o momento, queria pedir-te, se podes honrar-me com tua presença no jantar.
Ainda apavorada, mas um pouco menos temerosa, bela consentiu e ao fim da tarde compreendeu que a fera não era assim malvada. Passaram juntas muitas semanas e Bela cada dia se sentia afeiçoada àquele estranho ser, que sabia revelar-se muito gentil, culto e educado. Uma tarde, a Fera levou Bela à parte e, timidamente, lhe disse:
— Desde quando estás aqui a minha vida mudou. Descobri que me apaixonei por ti. Bela, queres casar-te comigo?
A moça, pega de surpresa, não soube o que responder e, para ganhar tempo, disse:
— Para tomar uma decisão tão importante, quero pedir conselhos a meu pai que não vejo há muito tempo!
A Fera pensou um pouco, mas tanto era o amor que tinha por ela que, ao final, a deixou ir, fazendo-se prometer que após sete dias voltaria. Quando o pai viu Bela voltar, não nos acreditaram próprios olhos, pois a imaginava já devorada pelo monstro. Pulou-lhe ao pescoço e a cobriu de beijos. Depois começaram a contar-se tudo que acontecera e os dias passaram tão velozes que Bela não percebeu que já haviam transcorrido bem mais de sete. Uma noite, em sonhos, pensou ver a Fera morta perto da roseira. Lembrou-se da promessa e correu desesperadamente ao palácio. Perto da roseira encontrou a Fera que morria. Então, Bela a abraçou forte, dizendo:
— Oh! Eu te suplico: não morras! Acreditava ter por ti só uma grande estima, mas como sofro, percebo que te amo.
Com aquelas palavras a Fera abriu os olhos e soltou um sorriso radioso e diante de grande espanto de Bela começou a transformar-se em um esplêndido jovem, o qual a olhou comovida e disse:
— Um malvado encantamento me havia preso naquele corpo monstruoso. Somente fazendo uma moça apaixonar-se podia vencê-lo e tu és a escolhida. Queres casar-te comigo agora?
Bela não fez repetir o pedido e a partir de então viveram felize |
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