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sexta-feira, 26 de junho de 2015

PEÇA TEATRAL: A NATUREZA PEDE AJUDA



PEÇA TEATRAL:
  A NATUREZA PEDE AJUDA
De Tânia Araújo
PERSONAGENS: Flor, Sol, Árvore, Macaco, Cachoeira, Índio.
No cenário da floresta, aparece o Sol acordando todo mundo...  
 SOL: - Ora, ora, mas este povo da floresta ainda está dormindo?
Vamos lá, todo mundo acordando! O dia já amanheceu! ( grita ao público)
  FLOR:   - ( espreguiçando-se)
  - Bom dia, senhor Sol!  
 SOL: - Bom dia, Florzinha! Vamos acordando e cuidando de nossa vida! Eu devo iluminar e você: perfumar!
 FLOR: - Hum é tão bonito ver você iluminar! Mas perfumar... É importante?
SOL: - Claro Florzinha! Somos todos importantes! Eu sou a Vida e você: a beleza!
( A Flor se olha, se percebe linda e fica alegre). Dá a mão ao Sol e passeia pela floresta. Lá encontra a Árvore, que está triste. O Sol se despede e a Flor fica com a Árvore
  FLOR: - Bom dia, Dona Árvore! Estou lhe achando um pouco triste...  
 ÁRVORE: Bom dia, Florzinha! Acordei meio desanimada, sim...
 FLOR: - Mas como? Logo você, sempre tão forte e cheia de saúde?!
  ÁRVORE: - Já foi tempo em que eu tinha saúde... Agora eu me alimento muito mal. Minhas raízes cansam de procurar comida nesses solos pobres e não acham nada. Ou estão queimados ou a chuva leva os nutrientes por causa do desmatamento! Não sobra nada para mim  e eu acabo ficando fraquinha!
  FLOR: - Puxa, está se vendo a sua fraqueza! Desse jeito você não aguentará nem ficar em pé.
ÁRVORE: - É qualquer ventinho me enverga. Também, eu não ia durar muito tempo mesmo! Você não viu o que aconteceu com meus parentes? Todos se foram...
FLOR: - Para onde eles foram?
ÁRVORE: - Eles estão espalhados por esse mundo aí... Uns são agora caixotes, mesas, cadeiras, portas, janelas...  .
 FLOR: - Mas como assim?!  
  ÁRVORE: - É que os homens vêm aqui, arrancam os troncos das árvores, levam para a oficina, cortam, martelam, colam e fazem mil coisas com a gente!
FLOR: - E quando chegar a sua vez, o que prefere ser?
    ÁRVORE: - Ah, sei lá! Cadeira não quer ser nada de gente botando o bumbum em cima de mim!  Ficar no chão também deve ser ruim, com gente te pisando o dia todo!
    FLOR: - É,  fica difícil escolher então...
  ÁRVORE: - Não sei, talvez fosse legal ser um barco deslizando pelas águas... Ser um portal de um palácio, porta de uma igreja, um móvel de luxo! Ah! Isso tudo é ilusão! Sabe o que queria de verdade?
FLOR: - Fala, Dona Arvore!
  ÁRVORE: - Queria é ficar aqui mesmo, quietinha no meu canto, dando minha sombrinha, jogando ar puro pelo ar, tendo meus galhos cheios de ninhos de passarinho, vendo os macacos pulando pra lá e pra cá... Isso é que é vida!  ( fala fraquinha)
FLOR: - Puxa, Dona Árvore, estou preocupada com a saúde da senhora! Vou procurar alguém que possa ajudar! Talvez os macacos possam, eles são sempre tão espertos! (Se despede da arvore)  
  FLOR: - Ô Seu Macaco!( chama) Eu preciso muito falar com você!  
  MACACO: - É mesmo?! Quase você não me encontra por aqui, agora vivo escondido nas cavernas...
  FLOR:- Ué, mas vocês sempre moravam em árvores, não é?!
    MACACO: - É, mas agora quase não tem árvores!
  Estão sumindo!  
  FLOR: - É, estão por aí virando móveis e outras coisas... Temos que fazer alguma coisa!
 MACACO: - O que eu pude fazer foi me esconder! Tem alguns bichos sumindo também, sabia? Alguns parentes meus, as onças, os tamanduás,... Sabia que estão fazendo bolsas e sapatos do couro dos jacarés?!
 
  FLOR:- Que horror!
  Como alguém pode usar uma coisa dessas?!
MACACO: - Florzinha queria ficar conversando mais com você, mas eu também tô me escondendo. Tenho que voltar para minha caverna! Tchauzinho! ( Se despede  ).
  < ">FLOR: - Tchau Macaco! Puxa a coisa tá ficando feia! Quem poderá nos ajudar?!
  ( Nisso vem chegando o Vento andando devagarzinho)

Oi seu Vento? O que houve com você?
 
VENTO: - Oi Florzinha... ( tossindo muito). Eu ando meio resfriado, o doutor disse que eu estou muito poluído.
 
  FLOR: -
 
  Ué, mas você sempre foi tão forte! Balançava as folhas das árvores, levantava poeira...
 
  VENTO: - É, mas tem tal gás andando por aí.
  Que não dá
  Pra agüentar. Ele sai dos carros, das fábricas, é sujo, fedorento mesmo!

 FLOR: - Mas se você ficar neste estado, como você vai levar o ar para todos nós?
 VENTO: - Não sei. Esse gás é mais forte do que eu. Os homens cada dia fazem mais carros e fábricas. Está muito difícil!
 FLOR: - Mas os homens não vêem que isso vai prejudicá-los também? Sem ar ninguém vive e eles também respiram o mesmo ar que nós!  
VENTO: - É, mas ninguém toma providência. ( tosse e senta)
    FLOR: - Não é possível! Alguém tem que fazer alguma coisa! Hei de encontrar alguém pra ajudar a gente!
    Até breve, seu Vento! ( se despede) ( adiante vê a Dona Cachoeira)
    FLOR: - Dona Cachoeira, como vai você?
CACHOEIRA: - Vou mal, Florzinha! Vou muito mal!  
FLOR: - Você também vai mal, Dona Cachoeira?! Mas por que, o que houve?!
 CACHOEIRA: - Sei lá, ando meio intoxicada... É tanta coisa que jogam em minhas águas que já nem sei.
 
  FLOR: - Mas como?! Todo mundo precisa de você. O Planeta inteiro precisa de água pra viver! E temos tanta água! Dizem até que o Planeta ao invés de Planeta Terra deveria se chamar ‘Planeta Água... ’  
 CACHOEIRA: - Pois é eu antes até me achava importante. Todo mundo precisava de mim. Agora estou tão suja e com gostos estranhos e ninguém me quer. Só uns peixinhos mais teimosos que acabam envenenados na beira dos rios.
FLOR: - Mas então, o que será da vida sem você?  
 CACHOEIRA:- Eu sei lá... Sem água limpa eu acho que será impossível se viver... ( sai desanimada) 
  FLOR: - Mas gente, que coisa terrível! Assim as plantas e os bichos vão se acabar. Esse bicho homem se diz muito esperto, mas não vê que fazendo essa sujeira toda vai se acabar também. E eu o que faço? Ah, já sei. Vou procurar um índio. Eles são gente, mas vivem da natureza.  
  ( avista um índio)
    FLOR: - Oi Indiozinho, preciso falar com você.
  INDIO: - Me desculpe Florzinha, mas Índio tá muito aborrecido! Tá sem vontade de
  Conversar!
  FLOR: - Que é isso, Indiozinho?! Você gosta tanto de falar e cantar, está sempre tão alegre...
 
  ÍNDIO: - É que Índio tá muito triste!
  FLOR: - Mas por que, Indiozinho?!
  INDIO: - Tô muito zangado com homem branco. Ele chega aqui com conversa mole, dizendo que quer ajudar que quer o nosso bem e depois toma tudo que é nosso!  
  A gente tá sem casa pra morar, sem terra pra plantar. Os rios não têm peixe pra Índio pescar, não tem árvore na floresta!
  FLOR: - Mas Deus deu ao homem branco o dever de cuidar da natureza, não de destruí-la!  
  INDIO: - É, mas homem branco pensa que pode tudo, que é dono do mundo! Só não vê que matando a natureza ele acaba com ele também!
 (Índio chora )
  FLOR: - Puxa Índio, não chora não! Não é possível que todos os homens sejam maus! Existe muito egoísmo e maldade sim, mas outros devem ter amor no coração. Vocês não acham gente? ( pergunta para a platéia )
  FLOR: - Pessoais vocês querem que a natureza se acabe? Vocês acham certo o homem acabar com as árvores e os bichos?Vocês acham certo o homem sujarem o ar que a gente respira? Vocês acham certo sujarem os rios e as praias?
    Viu só Indiozinho, nem todo MUNDO pensa igual os homens maus! Tem gente querendo o bem da Natureza, não é?
  (o indiozinho se anima)   
  Vocês querem que o nosso mundo fique cheio de árvores? Vocês querem que nosso ar e nossa água fiquem limpos?Vocês querem que todos os bichos tenham direito à vida?
 Vocês querem que as pessoas sejam livres e felizes?  Pois é, eu também quero!
    Até que enfim achamos à solução!
    Se todo mundo lutar junto contra todo esse mal, a gente vai conseguir vencer! Não é gente?!
 Toca a música do José Augusto “ Longe da cidade”
 ( Todos cantam a música abraçada )

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