PEÇA
TEATRAL:
A
NATUREZA PEDE AJUDA
De Tânia Araújo
PERSONAGENS: Flor, Sol, Árvore,
Macaco, Cachoeira, Índio.
No cenário da floresta, aparece o
Sol acordando todo mundo...
SOL: - Ora, ora, mas este povo da
floresta ainda está dormindo?
Vamos lá, todo mundo acordando! O
dia já amanheceu! ( grita ao público)
FLOR: - ( espreguiçando-se)
- Bom dia, senhor Sol!
SOL: - Bom dia, Florzinha! Vamos
acordando e cuidando de nossa vida! Eu devo iluminar e você: perfumar!
FLOR: - Hum é tão bonito ver você
iluminar! Mas perfumar... É importante?
SOL: - Claro Florzinha! Somos todos
importantes! Eu sou a Vida e você: a beleza!
( A Flor se olha, se percebe linda e
fica alegre). Dá a mão ao Sol e passeia pela floresta. Lá encontra a Árvore,
que está triste. O Sol se despede e a Flor fica com a Árvore
FLOR: - Bom dia, Dona Árvore!
Estou lhe achando um pouco triste...
ÁRVORE: Bom dia, Florzinha! Acordei
meio desanimada, sim...
FLOR: - Mas como? Logo você, sempre
tão forte e cheia de saúde?!
ÁRVORE: - Já foi tempo em que eu
tinha saúde... Agora eu me alimento muito mal. Minhas raízes cansam de procurar
comida nesses solos pobres e não acham nada. Ou estão queimados ou a chuva leva
os nutrientes por causa do desmatamento! Não sobra nada para mim e eu acabo ficando fraquinha!
FLOR: - Puxa, está se vendo a
sua fraqueza! Desse jeito você não aguentará nem ficar em pé.
ÁRVORE: - É qualquer ventinho me
enverga. Também, eu não ia durar muito tempo mesmo! Você não viu o que
aconteceu com meus parentes? Todos se foram...
FLOR: - Para onde eles foram?
ÁRVORE: - Eles estão espalhados por
esse mundo aí... Uns são agora caixotes, mesas, cadeiras, portas, janelas... .
FLOR: - Mas como assim?!
ÁRVORE: - É que os homens vêm
aqui, arrancam os troncos das árvores, levam para a oficina, cortam, martelam,
colam e fazem mil coisas com a gente!
FLOR: - E quando chegar a sua vez, o
que prefere ser?
ÁRVORE: - Ah, sei lá! Cadeira não quer ser nada de gente botando o bumbum em
cima de mim! Ficar no chão também
deve ser ruim, com gente te pisando o dia todo!
FLOR: - É, fica difícil
escolher então...
ÁRVORE: - Não sei, talvez fosse
legal ser um barco deslizando pelas águas... Ser um portal de um palácio, porta
de uma igreja, um móvel de luxo! Ah! Isso tudo é ilusão! Sabe o que queria de
verdade?
FLOR: - Fala, Dona Arvore!
ÁRVORE: - Queria é ficar aqui
mesmo, quietinha no meu canto, dando minha sombrinha, jogando ar puro pelo ar,
tendo meus galhos cheios de ninhos de passarinho, vendo os macacos pulando pra
lá e pra cá... Isso é que é vida! (
fala fraquinha)
FLOR: - Puxa, Dona Árvore, estou
preocupada com a saúde da senhora! Vou procurar alguém que possa ajudar! Talvez
os macacos possam, eles são sempre tão espertos! (Se despede da arvore)
FLOR: - Ô Seu Macaco!( chama)
Eu preciso muito falar com você!
MACACO: - É mesmo?! Quase você não
me encontra por aqui, agora vivo escondido nas cavernas...
FLOR:- Ué, mas vocês sempre moravam
em árvores, não é?!
MACACO: - É, mas agora quase não tem árvores!
Estão sumindo!
FLOR: - É, estão por aí virando
móveis e outras coisas... Temos que fazer alguma coisa!
MACACO: - O que eu pude fazer foi me
esconder! Tem alguns bichos sumindo também, sabia? Alguns parentes meus, as
onças, os tamanduás,... Sabia que estão fazendo bolsas e sapatos do couro dos
jacarés?!
FLOR:- Que horror!
Como alguém pode usar uma coisa
dessas?!
MACACO: - Florzinha queria ficar
conversando mais com você, mas eu também tô me escondendo. Tenho que voltar
para minha caverna! Tchauzinho! ( Se despede ).
<
">FLOR: - Tchau Macaco! Puxa a coisa tá ficando feia! Quem
poderá nos ajudar?!
( Nisso vem chegando o Vento
andando devagarzinho)
Oi seu Vento? O que houve com você?
VENTO: - Oi Florzinha... ( tossindo
muito). Eu ando meio resfriado, o doutor disse que eu estou muito poluído.
FLOR: -
Ué, mas você sempre foi tão
forte! Balançava as folhas das árvores, levantava poeira...
VENTO: - É, mas tem tal gás
andando por aí.
Que não dá
Pra agüentar. Ele sai dos
carros, das fábricas, é sujo, fedorento mesmo!
FLOR: - Mas se você ficar neste
estado, como você vai levar o ar para todos nós?
VENTO: - Não sei. Esse gás é mais
forte do que eu. Os homens cada dia fazem mais carros e fábricas. Está muito
difícil!
FLOR: - Mas os homens não vêem que
isso vai prejudicá-los também? Sem ar ninguém vive e eles também respiram o
mesmo ar que nós!
VENTO: - É, mas ninguém toma
providência. ( tosse e senta)
FLOR: - Não é possível! Alguém tem que fazer alguma coisa! Hei de encontrar
alguém pra ajudar a gente!
Até breve, seu Vento! ( se despede) ( adiante vê a Dona Cachoeira)
FLOR: - Dona Cachoeira, como vai você?
CACHOEIRA: - Vou mal, Florzinha! Vou
muito mal!
FLOR: - Você também vai mal, Dona
Cachoeira?! Mas por que, o que houve?!
CACHOEIRA: - Sei lá, ando meio
intoxicada... É tanta coisa que jogam em minhas águas que já nem sei.
FLOR: - Mas como?! Todo mundo
precisa de você. O Planeta inteiro precisa de água pra viver! E temos tanta
água! Dizem até que o Planeta ao invés de Planeta Terra deveria se chamar ‘Planeta
Água... ’
CACHOEIRA: - Pois é eu antes até me
achava importante. Todo mundo precisava de mim. Agora estou tão suja e com
gostos estranhos e ninguém me quer. Só uns peixinhos mais teimosos que acabam
envenenados na beira dos rios.
FLOR: - Mas então, o que será da
vida sem você?
CACHOEIRA:- Eu sei lá... Sem água
limpa eu acho que será impossível se viver... ( sai desanimada)
FLOR: - Mas gente, que coisa terrível!
Assim as plantas e os bichos vão se acabar. Esse bicho homem se diz muito
esperto, mas não vê que fazendo essa sujeira toda vai se acabar também.
E eu o que faço? Ah, já sei. Vou procurar um índio. Eles são gente, mas vivem
da natureza.
( avista um índio)
FLOR: - Oi Indiozinho, preciso falar com você.
INDIO: - Me desculpe Florzinha,
mas Índio tá muito aborrecido! Tá sem vontade de
Conversar!
FLOR: - Que é isso, Indiozinho?!
Você gosta tanto de falar e cantar, está sempre tão alegre...
ÍNDIO: - É que Índio tá muito
triste!
FLOR: - Mas por que,
Indiozinho?!
INDIO: - Tô muito zangado com
homem branco. Ele chega aqui com conversa mole, dizendo que quer ajudar que
quer o nosso bem e depois toma tudo que é nosso!
A gente tá sem casa pra morar,
sem terra pra plantar. Os rios não têm peixe pra Índio pescar, não tem árvore
na floresta!
FLOR: - Mas Deus deu ao homem branco
o dever de cuidar da natureza, não de destruí-la!
INDIO: - É, mas homem branco
pensa que pode tudo, que é dono do mundo! Só não vê que matando a natureza ele
acaba com ele também!
(Índio chora )
FLOR: - Puxa Índio, não chora
não! Não é possível que todos os homens sejam maus! Existe muito egoísmo e
maldade sim, mas outros devem ter amor no coração. Vocês não acham gente? (
pergunta para a platéia )
FLOR: - Pessoais vocês querem
que a natureza se acabe? Vocês acham certo o homem acabar com as árvores e os
bichos?Vocês acham certo o homem sujarem o ar que a gente respira? Vocês
acham certo sujarem os rios e as praias?
Viu só Indiozinho, nem todo MUNDO pensa igual os homens maus! Tem
gente querendo o bem da Natureza, não é?
(o indiozinho se anima)
Vocês querem que o nosso mundo
fique cheio de árvores? Vocês querem que nosso ar e nossa água fiquem
limpos?Vocês querem que todos os bichos tenham direito à vida?
Vocês querem que as pessoas sejam
livres e felizes? Pois é, eu também quero!
Até que enfim achamos à solução!
Se todo mundo lutar junto contra todo esse mal, a gente vai conseguir
vencer! Não é gente?!
Toca a música do José Augusto “ Longe da cidade”
( Todos cantam a música abraçada )
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