COORDENADOR
PEDAGÓGICO: LIMITES E DESAFIOS NO CONTEXTO
ESCOLAR1
Na escola atual o Coordenador Pedagógico é levado a assumir várias
funções, muitasvezes relegando em segundo plano aquela atividade que poderíamos
considerar comoessencial. O presente artigo busca discutir a função central do
Coordenador Pedagógico noespaço escolar. Os resultados aqui apresentados são
frutos das atividades desenvolvidas durante o ano letivo de 2013 no curso de pós graduação curso esse oferecido pela UFMT aos coordenadores pedagógico Nossos
estudos foram embasados em discussões de textos como, Bussmann (1995),Veiga
(1995), Pimenta (1997), Ferreira (2002), entrevistas e questionários,
realizados com a equipe pedagógica e professores de uma
escola Municipal da cidade de Rondonópolis MT cotidiano
do Coordenador Pedagógico.
O Coordenador Pedagógico no contexto do Projeto
Político-Pedagógico (PPP)
No texto Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção
coletiva, Ilma Passos Alencastro Veiga (1995) afirma que no projeto
político-pedagógico, a escola deveplanejar o que tem a intenção de realizar,
devendo este nortear todo processo educativo e nãoapenas satisfazer exigências
meramente burocráticas. Para a autora, todo projeto pedagógico épolítico “[...]
por estar intimamente articulado ao compromisso sócio-políticocom osinteresses
reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de
compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade.” (VEIGA, p.
13).Nesse sentido o PPP deve propiciar permanentemente a reflexão e discussão
dosproblemas da escola, além da vivência democrática necessária para a
participação de todos osmembros da comunidade escolar, superando os conflitos e
eliminando as relaçõescompetitivas. Para isso faz-se necessário uma autonomia
da escola na elaboração do seuprojeto, através do debate, diálogo e reflexão
coletiva, recebendo apenas assistência técnica efinanceira das instâncias
superiores do sistema de ensino.O projeto político-pedagógico deve estar
embasado em princípios que norteiam aescola democrática, pública e gratuita
como: igualdade de condições para o acesso econstrução coletiva e permanência na
escola; qualidade para todos, e não só para as minorias econômicas e sociais;gestão
democrática que envolva a participação dos representantes dos diferentes
segmentos daescola nas decisões/ações administrativas pedagógicas ali
desenvolvidas; liberdade;valorização do magistério.
A implementação desses
princípios básicos na elaboração do PPPdeve contribuir para a superação da
fragmentação do trabalho pedagógico.Veiga (1995) ainda aponta elementos básicos
na construção do projeto políticopedagógico:finalidades que se referem
aos efeitos intencionalmente pretendidos e almejadospela escola; estrutura
organizacional que visa identificar quais estruturas são valorizadas epor
quem, verificando as relações funcionais entre elas; currículo que é uma
construção socialdo conhecimento pressupondo a sistematização dos meios para
que esta construção se efetive;tempo escolar que ajuda na organização do
trabalho pedagógico e é composto por calendárioe horário escolar, entre outros;
processo de decisão que deve prever mecanismos queestimulem a
participação de todos; relações de trabalho calcadas nas atitudes
desolidariedade, reciprocidade e participação coletiva; avaliação.
Portanto, a construção do projeto político-pedagógico requer tempo
para reflexões,democratização do processo de tomada de decisões e instalação de
um processo coletivo deelaboração. Ao falar do PPP, Antônia Carvalho Bussmann
(1995), o considera como fatorfundamental no exercício da democracia. Sua
implantação concreta será o resultado de uma
politização, mas isso não
acontece de imediato.Como faz parte da função da escola à “política educativa”,
o Projeto Político-Pedagógico deverá ser considerado sempre como inacabado,
cujos resultados são gradativos,daí a importância da discussão crítica em torno
do assunto, inclusive da comunidade escolar.Referindo-se à administração escolar
(BUSSMANN, 1995), parte do pressuposto deque toda a escola para uma boa
administração precisa ter em foco: sua missão e concepção dehomem, sociedade e
conhecimento, seu público alvo e o ambiente em que opera. Desse modo,não basta
ser bom administrador para conduzir uma escola, pois esta se distingue em
váriosaspectos da empresa e exige um preparo específico. Segundo a autora:
[...] historicamente a administração da educação no Brasil, em
nome da
racionalização tem oscilado entre as ênfases na burocratização, na
tecnocracia,
estrutura escolar e na gerência de verbas com maior ou menor
centralização e com
todas as variações do uso das leis, das máquinas e dos modelos.
(BUSSMANN,
1995 p. 41).
Hoje, no entanto, a
educação pressupõe a capacidade de cada pessoa para aconstrução do
conhecimento, na condição de agente daquele que pensa, age e faz. O administrador
exerce um importante papel na escola, pois cabe a ele tomar as decisões políticas
que a escola exige e a implementação dessas decisões, sempre com um intervalo
para o diálogo e discussão, garantindo assim uma prática democrática.A autora
reforça o papel político da escola e a importância da formação adequada não só
do administrador, como de toda a equipe pedagógica. Conclui afirmando que a
escola só será democrática quando romper com suas estruturas fragmentadas;
demonstrar clareza dos
princípios e diretrizes; envolver a comunidade escolar, rompendo
com o individualismo e estabelecendo
parcerias através de um diálogo franco.
Segundo Nilda & Garcia
(2002), até os anos 80 havia uma concepção de que os especialistas deveriam
trabalhar isoladamente, cada um na sua especificidade, recriando adivisão do
trabalho fabril na escola com o trabalho fragmentado. No entanto, esse critério
vem mudando, não se defende mais que supervisores
e orientadores trabalhem isoladamente, pois a escola deve acompanhar as
mudanças ocorridas na sociedade, a fim de adequar-se a nova
Demanda. De acordo com as autoras, “a escola parece viver um
momento redefinição de papéis, inclusive o seu próprio e o de todos e todas que
nela interagem, incluindo nisso seus alunos e alunas.” (p.132).
A escola foi pensada
como um espaço que garantisse um lugar no mundo do trabalho , sendo que ao
final do curso de formação para qualquer área, o aluno era considerado pronto
para atuar profissionalmente, principalmente aqueles que seguissem as normas,
semostrassem estudiosos e obedientes. Os que não correspondiam a essas
expectativas eram preparados para funções subalternas.
Hoje, nem a estes a
escola pode garantir um futuro de sucesso, apesar de contribuir para uma melhor
inserção no mercado de trabalho, à medida que a escola proporcione “[...]
oportunidades de desenvolvimento de uma flexibilidade intelectual,
desensibilidade e abertura para o novo, de criatividade em face de situações
desafiadoras, de atitude crítica e construtiva face aos impasses que o mundo
coloca” (Alves & Garcia, p.133).
Há muito tempo a escola deixou de ser o único lugar de acesso ao conhecimento
,passando a ser apenas mais um entre muitos, onde ocorre o encontro das
múltiplas redes de conhecimento, onde cada sujeito traz consigo uma bagagem.
Portanto, a escola deve ser o espaço de convergência das várias experiências e
vivências que cada um traz consigo,
enfatizando que “ninguém sabe tudo e ninguém nada sabe”. Desse
modo, a escola é chamada a propiciar que os diferentes conteúdos curriculares
se entrelacem aos conhecimentos prévios dos alunos, e principalmente romper com
a divisão disciplinar, através da transversalidade.
Delineia-se aí um
importante papel para os supervisores e orientadores escolares, no sentido de
que a escola esteja aberta, permitindo a entrada do universo cultural dos
alunos ereconhecendo sua importância. Portanto, “[...] a velha divisão do
trabalho escolar com os proprietários de determinadas funções perde o sentido,
dando lugar a uma nova divisão do
trabalho,
mais orgânica [...] a partir das diferentes situações.” (idem, ibidem, p.137).
Isso só
será possível quando incorporarmos aos cursos de formação desses
profissionais,
idéias e ações que lhes permitam viver na prática e criticar com o apoio das teorias,
experiências de processos transdisciplinares.
Segundo Diniz (2000), em seu texto Debates
e Pesquisas no Brasil Sobre Formação Docente, nos anos 70 sob a influência
da psicologia comportamental e da tecnologia aeducacional, os professores eram
formados na teoria tecnicista. A educação nessa época tinhaum caráter
funcional, dando primazia a questões de experimentação, racionalização,
exatidãoe planejamento.
A partir dos últimos anos da década de 1970,
começam a ser denuncia das limitações se insuficiências desse enfoque, e a
tecnologia educacional passou a ser fortementequestionada pela crítica de cunho
marxista, consequentemente a educação passou a exercerum caráter político e a
prática pedagógica assume um compromisso com as classes populares,
já a formação de professores seguiu o movimento de
redemocratização do país. Iniciaram-seas críticas sobre a privatização do
ensino e da cultura, supervalorização do capital,desvalorização dos professores
e consequente queda da qualidade de ensino.
Com as mudanças ocorridas no cenário internacional, a partir do
final dos anos 80, opensamento e os estudos sobre a formação do professor
voltam-se para a importância de seformar um profissional reflexivo, cuja
atividade se alia à pesquisa.
A formação dos professores
precisa ser analisada com base em teorias que estabeleçam relações entre
opessoal e o social, o coletivo e o individual.
Segundo o autor, grande
parte dos estudos desmistifica a idéia de que compete aopesquisador produzir o
conhecimento e ao professor reproduzir esses saberes; vê-se assim, anecessidade
de uma reorganização didática, onde o professor precisa compreender o próprio processo
de construção do conhecimento escolar. O centro das atenções desloca-se da
formação inicial para a continuada, reforçando a idéia do “saber
docente” que constrói com oingresso dos mesmos no mercado de trabalho.
MirzaSeabraToschi
(1998), em seu artigo tem como objetivo analisar o projeto político pedagógico
escolar, a partir da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB),
lei9394/96, que traz mudanças significativas, entre elas a descentralização,
que é uma das bases da democratização e através desta, o ensino que vislumbra o
papel principal da escola: a apresentação de novas perspectivas na sociedade,
alterando as relações políticas e sociais.Embora o discurso seja a
democratização, a autora tece uma crítica aos órgãos federais porimplantarem a
descentralização restrita, ou seja, o governo decide os parâmetros
curriculares,controlando a aquisição dos livros didáticos e a avaliação das
escolas, enquanto à instituição cabe principalmente o compromisso administrativo
.A autora identifica
várias falhas na nova lei, no que diz respeito à descentralização e democratização,
discute a participação dos pais na elaboração e a função do Projeto
PolíticoPedagógico, o papel dos professores, do diretor e principalmente da
escola. Segundo Toschi:“a intenção é, pois, indicar que não se pode discutir a
descentralização e a democratização da
educação escolar, sem se referir à forma como é concebido o
exercício do poder político nopaís; sem se levar em conta as tendências
sócio-econômicas; enfim, sem se referir a nossaprópria formação social.” (1998, p.
39).Quando falamos de gestão democrática, discutimos questões que vão além da
escola,
da economia e da política,
para discutir as relações sociais que desejamos formar. Desse modo, não é
possível um Projeto Político Pedagógico estático ou com prazo de validade, mas um
projeto que vai sendo construído num processo histórico e, portanto, inacabado.
O Projeto Político - Pedagógico é um conjunto de normas que norteiam a práticapedagógica,
e deve ser construído por toda a comunidade escolar, através da
gestãodemocrática. Não podendo a comunidade escolar admitir que as formas de
organização dotrabalho pedagógico sejam impostas, nem tão pouco se acomodar e
esperar que essas formas caíssem como dádivas.
Apesar da construção do PPP ser
responsabilidade da escola, deve obedecer aosobjetivos nacionais da educação e
ao mesmo tempo respeitar as especificidades e a diversidade cultural da
comunidade que a compõe. Portanto, deve partir da reflexão de que:
[...] é um instrumento de
resistência à fragmentação do trabalho pedagógico, à sua
rotinização e ao controle
hierárquico e autoritário vigente na maioria das escolas.
Deve ser propositivo, deve
apontar alternativas de reorganização do trabalho
pedagógico da escola, que
rompa com as formas tradicionais, onde a finalidade da
escola se perde na
burocracia administrativa (p. 7).
Diferentes olhares
sobre o Coordenador Pedagógico
Segundo Francisco Carlos Franco, (2004),
em A indisciplina na
escola e a
coordenação pedagógica, entre as
reclamações mais constantes que os professores fazem no seu dia-a-dia, a mais
freqüente é sobre a indisciplina. O problema não é novo, porém, nos dias atuais
está ganhando uma dimensão até então não vivenciada na escola. Muitos
professores encontram grande dificuldade para conviver, administrar e criar
alternativas de intervenção que possam ajudá-los a contornar situações
dilemáticas com alunos indisciplinados.
Na maioria das vezes os professores preferem encaminhar os alunos
à direção ou ao Professor Coordenador Pedagógico (PCP), para que sejam
aplicadas sanções a esses alunos indisciplinados. Vale lembrar que ações
autoritárias não resolvem o problema e pouco ajudamos alunos, podendo aumentar
ainda mais o comportamento indesejado. Nesse contexto, destacamos a importância
do PCP, que pode junto à equipe escolar, ajudar o grupo a discutir e a refletir
sobre o problema da indisciplina. Este profissional pode ser pautado em duas dimensões:
como investigador da realidade e na proposição de um projeto de formação junto ao
corpo docente, como formas de buscar alternativas para mediar o problema.Vários
pontos podem ser observados pelo Professor Coordenador Pedagógico: o que os
professores entendem por indisciplina? A relação professor-aluno, a maneira
como oprofessor concebe a disciplina em sala de aula influencia a sua relação
com o aluno.Geralmente é o docente que prima por uma relação pautada no
respeito mútuo e que percebido pelos alunos com admiração. Cabe ao PCP
verificar como são as relações entre os
professores e os alunos, pois nessa dinâmica pode estar o fator
desencadeador de muitos conflitos que se apresentam nas escolas.
Diante dos dados
coletados, o Coordenador pode em conjunto com a equipe escolar ,construir um
projeto visando à superação dos problemas. Nessa etapa é importante garantir
aparticipação de toda a comunidade escolar. Várias ações podem ser planejadas,
abrangendopais, alunos, funcionários, professores e equipe técnica.Orsolon (2004)
em uma pesquisa com escolas públicas e particulares nos traz a visãode
professores e coordenadores sobre a participação dos pais no espaço escolar.
Existem muitas diferenças econômicas e culturais entre as famílias dos alunos,
e a escola precisa conhecê-las individualmente para poder desencadear um
trabalho intencional, trazendo os pais para participar através de uma gestão
democrática. Para que isso aconteça é indispensável que haja um bom
relacionamento entre família/escola, baseado no diálogo, trocam de experiência,
discussões e decisões conjuntas. O principal desafio do Coordenador Pedagógico
para alcançar metas de forma satisfatória, além de conhecer o
contexto da família deve demonstrar claramente a dimensão política de suas
ações.
A autora aponta ainda
as principais diferenças entre os alunos da escola pública e departicular. Na
particular, devido à situação financeira e a escolaridade privilegiada, muitos pais
se relacionam com a escola como consumidores de um serviço, assim cobram
umaeducação que satisfaça aos seus anseios. Isso não acontece na escola pública
e essaconscientização é mais um desafio deste profissional.
Portanto, entendemos que um Coordenador
comprometido precisa estabelecer parcerias entre família eescola, através
deespaços planejados e de um trabalho intencional, norteado pela consciência
política.
Sousa (2004) em o coordenador pedagógico e o atendimento à
diversidade, a função do coordenador pedagógico implica em lidar com
grupos, organizando, orientando eharmonizando. Na escola os grupos se
caracterizam pela diversidade e pelas múltiplas interações entre o Coordenador
Pedagógico, professores, alunos, pais, diretor, etc. No entanto,o tempo para
essas interações é pequeno e restrito aos intervalos, reuniões, entrada e saída
aumentando a complexidade da função. Questão que deve ser contemplada na
formaçãoinicial e permanente desse profissional.
Tendo a escola grupos
diferentes, programas e rotinas, possui também antagonismos,os quais geram
conflitos permanentes e também contradições. Sendo que na medida em que
oCoordenador Pedagógico entende essas contradições pode desenvolver ações para enfrentá-las.As
principais contradições referem-se a: unidade e diversidade, onde a escola
acaba pornegar a diversidade em favor de uma cultura escolar sustentada pela
racionalidade, autonomiae dependência do grupo em relação ao Coordenador
Pedagógico; invariância e mudança;harmonia e conflito, ao passo que nenhum
grupo sobrevive submetido a conflitospermanentes, nem tão pouco cresce sobre
constante harmonia.O grupo de professores, também é marcado pela diversidade de
experiências, deformação e de objetivos. É com essa diversidade que o
Coordenador Pedagógico se defronta etem que trabalhar. Já com os pais o grande
desafio é criar canais de comunicação e convencê-losde que devem participar do
processo educacional de seus filhos, em parceria com a escola.Há ainda as
pressões de instâncias superiores, e a carga de trabalho burocrático, que
ocupaquase todo o seu tempo que deveria ser dedicado às funções
pedagógicas.Estar e trabalhar com grupos traz como condição lidar com a
diversidade, não sendopossível, contudo, prever o resultado de um trabalho em
grupo, devemos planejar o quefaremos a partir de hipóteses, aprendendo a lidar
com as incertezas, compreendendo que
“[...] o controle da situação não está em suas mãos, mas nas mãos
de todos os participantes doprocesso interativo. [...] Assim, dentro de um
grupo de professores, por exemplo, não épossível dissociar um do outro,
culpabilizando um elemento do grupo por um fato ouresultado” (SOUZA, 2003,
p.110)Assim o Coordenador Pedagógico deve evitar assumir toda a
responsabilidade
sozinho, pois o trabalho conjunto possibilitara administrar os
conflitos e chegar a soluçõestemporárias, que permitirão o crescimento do grupo
e do processo educativo. Onde cadaproblema e cada conflito vividos na escola
será uma oportunidade de aprendizado para todosos envolvidos neste processo.
Visita ao campo de estágio
No sentido de melhor compreender o papel do pedagogo no interior
da escola, assim, como as atividades desenvolvidas na sua rotina . Durante a
conversa com a diretora, ela relatou que existem muitos problemas em relação à
dificuldade de aprendizagem. Ressaltou ainda, aausência da família na escola e
no acompanhamento e desenvolvimento do aluno, além de
destacar a importância da gestão democrática na qual acredita e
procura vivenciar.A diretora é formada em ciências biológicas e pós-graduada em
gestão escolar,destaca que os principais problemas da escola são: indisciplina
e principalmente a dificuldadede aprendizagem, e que os problemas são
resolvidos em conjunto com a equipe pedagógica.
Ressaltou que a gestão democrática é possível sim, mas deve haver
uma participação efetiva,tomando as decisões em conjunto. Afirmou que é difícil
envolver todos os profissionais daescola, os pais, os alunos e a comunidade em
geral.Quanto ao P.P. P, a diretora considerou importante por conter todo o
planejamentoque a escola deve realizar no ano e está em constante
transformação. A diretora faz algumas críticas ao Núcleo Regional deEducação
que pede o P.P. P a cada quatro anos, sendo que
deveria ser feito anualmente. Salientou ainda, que a comunidade
participa das reuniões,promoções, além de trazer sugestões. A participação dos
pais é boa, mas existem aqueles quenão participam. Questiona que muitas vezes
não se tem autonomia porque está submetida aosórgãos superiores, como a
Secretaria Municipal de educação de Santa Helena e o núcleo, amesma aponta para
um quadro instável de professores o que acaba acarretando problemas naárea de
ensino e aprendizagem.Em relação aos problemas que a escola enfrentava antes da
implantação do P.P. P, adiretora disse que não havia uma unidade em relação à
proposta pedagógica da escola.Segundo ela seu processo de formulação foi no
coletivo, com a participação da direção,
coordenação, professores, APM, Conselho Escolar e pais, sendo que
a maior dificuldadeencontrada foi à falta de tempo para reunirem-se em
assembléia geral.Quanto aos avanços após a implantação do P.P. P, a diretora
ressaltou que devido àsreuniões pedagógicas tornou-se possível a melhoria na
qualidade de ensino e a implantação dagestão democrática. Referente à formação
dos professores a maioria está buscando oaperfeiçoamento. E com relação à
identidade da escola, o P.P. P possibilitou a discussão emgrupo, envolvendo
representantes de toda comunidade escolar sobre a proposta pedagógica.
Em relação à Gestão Democrática, a mesma afirmou que deve ser um
processo deenvolvimento e discussão coletiva dos problemas da escola, e este
deve ser implementadocotidianamente através da participação. Porém, em
decorrência da instabilidade do corpodocente, há uma dificuldade de realização
da proposta pedagógica. Ainda que haja problemas
de indisciplina e dificuldades de aprendizagem, não há evasão
escolar.
Aplicação do questionário
A partir das leituras e discussões dos textos sobre o Coordenador
Pedagógico,sentimos também a necessidade de elaborar um questionário voltado
aos professores da escola.
. As perguntas formuladas referem-se à formação dos mesmos, quanto
ao
tempo de atuação em sala de aula, qual a importância que eles
atribuem ao Projeto Político-Pedagógico (PPP), bem como ao Coordenador
Pedagógico, suas funções e atribuições alémde delimitarem quais as atividades
que são responsabilidades deste profissional.Formulamos ainda, questões nas
quais o professor indica o papel central doCoordenador na escola e qual deve
ser a função da escola pública na atualidade. No total oram aplicados
questionários junto a6 professores de Educação de 1ª ao 4ª ano
Ensino Fundamental.
Com relação à formação dos
professores, verificamos que em suamaioria apresentam graduação em pedagogia
com pós-graduação. Referente ao tempo deatuação, sete professores têm de dois a
dez anos e dois professores têm mais de dez anos.
Quanto à importância atribuída ao P.P. P, o que mais se destaca é:
o P.P. P comoarticulador e integrador do trabalho coletivo, instrumento da
realidade escolar que direcionaas práticas educativas de acordo com o contexto
social, econômico e cultural dos educando ,além de estabelecer princípios e
diretrizes para ação pedagógica.Quando questionados sobre as atividades do
Coordenador Pedagógico junto aosprofessores, os mesmos apontam que este deve:
trabalhar junto aos professores, voltando-separa a formação continuada;
estimular a pesquisa e o trabalho coletivo; auxiliar noplanejamento das aulas,
no trabalho com os pais e em sala de aula; esclarecer dúvidas elaborar projetos,
sendo mediador entre a escola e a secretaria de educação; devendo ainda
trabalhar como orientador, auxiliando na indisciplina e orientando
os alunos com dificuldades
de aprendizagem.
Ainda, quando interrogados sobre a concepção que tem a respeito
das atribuições do
Coordenador Pedagógico, observamos que houve uma falta de
delimitação quanto à função,
pois grande parte das respostas voltava-se para um aspecto amplo,
as ações pedagógicas, ou
seja, qualquer função voltada para o ensino/aprendizagem, entre
outras: coordenar, além de
desempenhar a função do supervisor, é desenvolver projetos,
resolver os problemas na escola;
auxiliar nas atividades com a comunidade escolar, articulando-a no
sentido da melhoria do
trabalho pedagógico e na elaboração do P.P. P; acompanhar o
planejamento de ensino;
encaminhar os alunos para a recuperação de estudos, bem como os
que necessitam de
atendimento especializado.
Finalizando o questionário indagamos qual deve ser a função da
escola pública na
atualidade, sendo que dois professores não entenderam a questão e
fizeram uma crítica, os
demais julgam ser a função: repassar e transmitir conteúdos;
auxiliar a criança no processo de
ensino/aprendizagem, oferecendo subsídios materiais e
intelectuais; formar cidadãos críticos;
orientar os alunos para uma formação integral, ou seja, para além
da formação da mão-deobra,
oferecendo uma formação geral; garantir um ensino/aprendizagem com
qualidade apartir de uma visão crítica do mundo. Avaliamos que em nossas
visitas e nas entrevistas,nossos objetivos foram alcançados, na medida em que
houve uma boa aceitação do grupo, a
equipepedagógica demonstrou interesse em estar colaborando
conosco.
Coordenadora Pedagógica
Entrevista realizada no dia 20/10/2013, com as coordenadoras
pedagógicas da EscolaMunicipal Tancredo Neves. No sentido de compreender como
tem sido a função docoordenador pedagógica no campo de estágio, elaboramos um
questionário com questõesvoltadas a função deste profissional que detalharemos
a seguir:01) Qual a concepção de Coordenação Pedagógica? A - O Coordenador
Pedagógicoestá acompanhando todo o trabalho da escola desde professores,
alunos, quando faltam, tem que estar atenta ao P.P. P, ao regimento, toda a
documentaçãoda escola e dos alunos, além do trabalho pedagógico e também o
atendimento aos pais e aos
alunos.B – entende que a sua função na verdade é de colaboradora
mesmo como um todo naescola. criança fica doente assume o papel de mãe, sai
muito daquele lado burocrático de verificar
livro de chamada, planejamento, fazer horários, isso tudo é sua
função.
02) Qual o cotidiano de um Coordenador na escola?
A – Tem dividido os horários de planejamento dos professores, cada
série tem o seuhorário de planejamento. Quando chega já sabe o horário e
procura estar na sala deplanejamento para ver se o professor precisa de algum
auxílio, procurar algum material. Hátambém outras questões para estar
resolvendo, de alunos que às vezes são encaminhados paraa coordenação ou pais
que precisam ser chamados para conversar por algum motivo.
B - Há semanas que dá para acompanhar o planejamento de todos, mas
há semanasque é atropelado. O ideal seria que se tivesse esse tempo para sentar
com todos os professoresdurante todo o planejamento que é onde surgem dúvidas e
se falta algum material.
A - Também é uma forma de estar acompanhando quando se está ali
preparandomaterial se sabe mais ou menos o que o professor já está trabalhando
em sala quando não se
tem tempo de estar lá durante o planejamento.
03) Quais os desafios que mais se deparam?
B – Com a indisciplina dos alunos, porque todos os dias têm alguma
ocorrência
principalmente na hora do intervalo. Nas salas os professores têm
um bom desempenho e não está se tendo muitos problemas dentro da sala.
Trabalhou alguns anos somente na supervisão
e era diferente, até se envolvia com alunos, mas não tanto como
Coordenador, acha que o
trabalho do Coordenador Pedagógico é bem mais amplo porque abrange
as duas funções.
A – Também até o ano passado trabalhou só na supervisão e se
envolvia muito pouco na questão de alunos e pais. A partir desse ano passou
fazer o trabalho de coordenação.
B– Dividiram as turmas, pois são vinte turmas e para poderem se
organizar melhor.A Coordenadora “A” ficou com a parte da educação infantil e
primeira série, eu fiquei com a
2ª, 3ª e 4ª série, mas estamos sempre atuando em conjunto.
A– Estamos sempre conversando sobre os problemas dos alunos e dos
professoresque coordena para a Coordenadora “B” saber o que acontece na, pois
se umdia eu faltar ela estar por dentro do que está acontecendo.
B- Há os horários que elaboram como os de computação, de
contra-turno, sala deapoio, tem que estar vendo todos esses alunos que vem no
contra-turno para não dar choquede horários, são tudo coisas que precisam ser
pensadas e planejadas.04) Qual o trabalho que desenvolvem junto aos pais,
alunos e professores?
B – Sala de apoio, aula de computação, com os professores reunião
pedagógica,
conselho de classe, com os pais assinatura de relatórios que é
bimestral, entrega de relatórios ,reuniões
que são feitas no começo do ano, e atividade como e eventos dias das mães, dia dos pais, festa junina.
Considerações Finais
A partir de leituras e discussões de textos, visitas a escola de
questionários e entrevistas aplicados junto aos professores e equipe
pedagógica, percebemos que o coordenador pedagógico exerce inúmeras funções,
dentre elas o atendimento aos pais,alunos e professores, é articulador do
processo democrático da escola, visando uma construção coletiva, apesar das
divergências.
Porém, julgamos ser central, na função do coordenador, o trabalho
na formação continuada dos docentes, proporcionando subsídios necessários para
a realização do mesmo.
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