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segunda-feira, 22 de junho de 2015

DISCRIMINAÇÃO NA TEVÊ



Qual é a responsabilidade da tevê pelos conteúdos que veicula?
                                                DISCRIMINAÇÃO NA TEVÊ
Por que negros, obesos, calvos, idosos e homossexuais ainda são ofendidos em alguns comerciais?

            “É aquela ali, atrás da gordinha”, diz o personagem de um recente comercial de televisão, quando perguntado sobre quem é uma funcionária do escritório. O anúncio de produto para emagrecer coloca a mulher obesa como referência para se localizar pessoas em um ambiente de trabalho. Em outra propaganda, um casal de loiros mostra a péssima qualidade da revelação das fotos que tirou dos dois filhos. Um saiu negro no papel, e o outro japonês. No filme publicitário de uma famosa marca de chinelos, rapazes correm de um suposto homossexual como se estivessem fugindo de satanás. Um homem de meia-idade é jogado para escanteio e chamado sutilmente de velho por uma garota no comercial de refrigerante. Na propaganda de uma caminhonete, menino baixo que é gozado pelos amiguinhos passa a se sentir superior ao entrar no imponente veículo.
                O que esses anúncios têm em comum?  Todos são agressivos ou ofensivos para determinadas pessoas. Alguns deles podem até incitar o preconceito. Mas por que filmes publicitários negativos continuam a aparecer na telinha?  Existe um órgão que vigia as propagandas, o Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária), mas as agências possuem códigos de ética?
                O professor de Marketing Marcos Kahtalian acredita que a ética publicitária é uma extensão da ética do anunciante. “Um publicitário não fará algo que  não seja aprovado pelo cliente.  Se um anunciante tem um uma postura correta, a propaganda não será preconceituosa.”  Para ele, existe um mito de que o principal segredo deu uma boa campanha é chamar a atenção:  “Isso é apenas uma das partes, o start do processo. O mais importante é o grau de sedução do comercial e a influência dele na compra.”
                A lógica do “falem mal, mas falem de mim”  não funciona na publicidade. Afinal, nenhum anunciante quer ver seu produto ligado a uma imagem negativa. Ainda mais nos dias de hoje, quando é cada vez mais cobrada dos veículos, clientes e agências uma posição social. Mas por  que  algumas empresas continuam colocando no ar propagandas agressivas, [...]  que podem depor contra seus produtos?  “As agências têm a posição de entender e ser especialistas em comunicação. O publicitário também tem responsabilidades, pois pode convencer o anunciante a apostar em uma campanha errada. Muita gente não sabe que audiência não significa qualificação”, afirma o professor. [...]
                Mas se as campanhas agressivas refletem a competitividade por uma fatia maior no mercado, a reação das pessoas contra elas prova que nunca se discutiu tanto temas como ética e responsabilidade social noBrasil.  “A audiência amadureceu”,  concluiu  Marcos  Kahtalian.  (GODOY, Omar. Discriminação na tevê. Gazeta do Povo, Curitiba, 2000, Caderno G)
Glossário: Obesa: acima do peso recomendado.      Imponente – majestoso, que impõe admiração.

è A linha-fina da reportagem faz uma pergunta ao leitor:  Por que negros, obesos, calvos, idosos e homossexuais ainda são ofendidos em alguns comerciais? Como vocês responderiam a essa questão?




Comentário de Washington Olivetto, publicado na revista Galileu:
            Gordos, negros, idosos, homossexuais e mulheres retratados de forma estereotipada já não fazem sucesso entre os consumidores.  “Felizmente, os clichês estão sendo abandonados pela propaganda moderna”,  afirma o publicitário Washington Olivetto, da W/Brasil.  “A analogia óbvia é cada vez menos eficiente. Ela é rejeitada pelo consumidor, que sente sua inteligência desrespeitada e se vinga subconscientemente desprezando a mensagem e o produto anunciado.”
ESTEREÓTIPOè “de forma fixa, invariável, que sempre é igual” è mostrar as pessoas segundo apenas um ponto de vista, uma mesma opinião.  CLICHÊS è são frases frequentemente repetidas pelas pessoas e que podem trazer um forte conteúdo preconceituoso e ofensivo, como, por exemplo: “Homem não chora”, “Lugar de mulher é na cozinha”, etc.

è QUAL É SUA OPINIÃO SOBRE AS FORMAS ESTEREOTIPADAS PELAS QUAIS DETERMINADOS GRUPOS SÃO RETRATADOS NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO?

è VOCÊ ACREDITA QUE AS PESSOAS POSSAM SER JULGADAS OU SER VÍTIMAS DE PRECONCEITO APENAS PELA FORÇA DOS ESTERÓTIPOS? COMENTE.

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