Aboneca
Deixando a
bola e a peteca,
Com que
inda há pouco brincavam,
Por causa
da boneca Rebeca,
Duas
meninas brigavam.
Dizia a
primeira: “É minha!”
— “É
minha!” a outra gritava;
E nenhuma
se continha,
Nem a
boneca largava.
Quem mais
sofria (coitada!)
Era a
boneca. Já tinha
Toda a
roupa estraçalhada,
E
amarrotada a carinha.
Tanto
puxaram por ela,
Que a
pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a
estopa amarela
Que lhe
formava o recheio.
E, ao fim
de tanta fadiga,
Voltando à
bola e à peteca,
Ambas, por
causa da briga,
Ficaram
sem a boneca . . .
BILAC,
Olavo. Olavo Bilac: obra reunida. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996
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